Covid-19: Suécia, um caso que o mundo precisa estudar.
- Thiago Barbosa
- Apr 16, 2021
- 2 min read
A Suécia demonstra o fracasso do lockdown ao não implementá-lo e depois que decidiu lançar mão da medida. Entenda.

A Suécia atrai os olhos do mundo pelo seu altíssimo índice de desenvolvimento humano e tecnologia. Durante a pandemia de Covid-19, a discussão em torno do país escandinavo cresceu muito em virtude das autoridades suecas não aderirem a medidas severas de restrições de liberdades dos seus cidadãos, e mesmo assim o país não sofreu tanto quanto outros que foram rigorosos no lockdown, como Reino Unido, Argentina e Alemanha. O estudo em torno do caso sueco, para que seja lúcido o suficiente, não pode deixar de abordar dois pontos cruciais: O desenvolvimento socioeconômico do país, e como a pandemia se desenrolou em seu território desde o início.
Quando se lida com doenças de rápida disseminação, o foco em medidas restritivas de infectados é o basilar. Afinal, a lógica é isolar infectados de pessoas saudáveis e quebrar o ciclo de replicação viral. Contudo, em viroses de baixa letalidade e que facilmente se confundem com outras doenças, o timing para realizar a quarentena acaba se perdendo. Essa foi a premissa observada por Estocolmo por dois pontos simples sobre a contaminação de Covid-19: Um lockdown em sociedades democráticas e livres é extremamente traumático e ineficaz, e uma quarentena que surta efeito precisa ser bem no início e em pessoas contaminadas.
A Suécia é um país extremamente desenvolvido, sendo um dos poucos países com IDH acima de 0,9. Poderia muito bem adotar medidas de isolamento rigorosas e sustentar a população por um período que se achasse necessário. Mas não foi o que ocorreu, fruto, ironicamente, também do grande avanço socioeconômico do país. Uma sociedade ocidental é baseada na liberdade das pessoas e no respeito a autoridades não déspotas. Sem esses pilares, o Ocidente vira mais um sonho comunista ou um passado absolutista. Os suecos observando isso, não aceitaram medidas restritivas de liberdade, aderindo apenas a ações sanitárias de mitigação da disseminação. E a ausência de lockdown não gerou uma proliferação desenfreada no país. Observe o gráfico de contaminação sueco:

Fonte: https://www.worldometers.info/coronavirus//country/sweden/
O gráfico demonstra que praticamente ao longo de todo ano 2020, o número de contaminações no país foi extremamente baixo, sem medidas restritivas rigorosas. A primeira vez que se ultrapassou o número de 5 mil casos registrados diariamente foi em meados de novembro. Além disso, o governo sueco assistiu a crescente contaminação em seu país, oriunda da chegada das primeiras variantes na Europa. O bloco europeu pressionou Estocolmo por medidas restritivas severas para conter a disseminação nos países vizinhos. Com a crescente pressão, o Primeiro-Ministro sueco, Stefan Lofven, começou a implementar no começo de 2021 um lockdown no país.
Mas, contrariamente ao esperado, já se vão 4 meses em 2021, e os casos na Suécia só crescem, conforme pode se observar no gráfico. E então a pergunta fica: Por que? Afinal, a ideia é que as medidas de restrições diminuam a disseminação do vírus, e consequentemente os casos caiam. Ironicamente, o país que comprovou que o lockdown não é uma verdade científica, ao não adotá-lo em 2020, também comprovou a ineficácia do cerceamento de liberdades, ao adotá-lo em 2021. Ou seja, o fato é que não há nada científico em trancafiar pessoas em casa.
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